O Pelourinho de Mariana, localizado na cidade histórica de Mariana, Minas Gerais, é um dos mais emblemáticos símbolos da justiça colonial portuguesa no Brasil. Erguido em 1750 por José Moreira Matos, esse monumento representava não apenas a autoridade da Coroa Portuguesa, mas também o sistema jurídico e punitivo da época. Diferente de outros pelourinhos espalhados pelo Brasil, o de Mariana não foi criado para castigos físicos, mas sim como marco da presença e do poder do Estado.

Originalmente instalado no Largo da Sé — atualmente conhecido como Praça Cláudio Manoel da Costa —, o pelourinho era ladeado por construções significativas como a Catedral da Sé, a Casa de Câmara e Cadeia, e outras edificações do centro histórico da cidade. Sua estrutura era ricamente simbólica: trazia um globo representando o domínio marítimo português, uma balança da justiça, uma espada indicando a condenação e o brasão de armas de Portugal, reforçando o poder colonial.

Com a chegada do século XIX e o avanço dos ideais abolicionistas, especialmente após a promulgação da Lei do Ventre Livre em 1871, o pelourinho foi removido por ser considerado um vestígio opressor do passado escravocrata. Ficou ausente por quase um século, até que, em 1970, uma réplica fiel foi reinstalada, desta vez na Praça Minas Gerais, entre as igrejas de São Francisco de Assis e Nossa Senhora do Carmo, locais de grande valor artístico e histórico.

Hoje, o Pelourinho de Mariana é mais do que um ponto turístico: é um local de memória e reflexão sobre os tempos da história colonial brasileira. Sua presença convida os visitantes a conhecer não apenas a beleza da cidade, mas também os desafios e contradições do passado. Visitar o pelourinho é compreender como Mariana, a primeira capital de Minas Gerais, preserva vivamente sua herança cultural e histórica.